Colegas,
Aqui está a discussão acontecida no grupo de e-mails sobre a Teoria das Inteligências Múltiplas de Gardner. Como foi extraído de e-mail, tentei editá-lo para que não ficasse confuso.
Abraços.
--------------------------------------------------
ANTRIFO:
queridos,
tô nas nuvens!!! fico mais e mais entusiasmado com nosso grupo de lab.
vcs são "gente que faz"!!! atitudes assim são importantes e necessárias em nosso ambiente (falou o pai!!!).
talvez seja esclarecedor pensar na inteligência intrapessoal como a capacidade do corpo se auto avaliar e ser capaz de perceber e discriminar os pontos positivos e negativos de sua atuação no mundo.
o texto do pedagogo nilbo nogueira pode também ajudar a esclarecer este conceito: "a grande vantagem da inteligência intrapessoal é este poder de reconhecimento (...) ao reconhecermos nossos pontos fortes e coisas que fazemos bem, podemos explorar essas qualidades, pois existem casos de pessoas que possuem habilidades fantásticas na área musical, corporal, pictórica e, não sabendo disso, não as exploram."
todavia, volto a falar da importância de não acharmos que são extamente esses os únicos tipos de inteligência, pois as interpretações dos termos lógico-matemático, corporal-cinestésico, espacial, interpessoal, intrapessoal, etc, são múltiplas e em múltiplas óticas.
também acredito ser possível um habitante de papua nova guiné ou mesmo uma criança que sobrevive do lixão de uma metrópole brasileira, desenvolver outro tipo de inteligência à qual gardner, com sua história e realidade, fosse incapaz de imaginar.
arrasaram!!!
amanhã a gente continua nosso "papo cabeça".
bjão e desculpem a letra minúscula.
antrifo
JOÃO MIGUEL:
Thiago,
Redijo aqui parte do texto que comentei:
"[...] Alfabetização emocional seria a capacidade de aprender a identificar os próprios sentimentos, poder dar nome aos sentimentos, aprender a distingui-los melhor. Significaria ainda o desenvolvimento da auto-consciência, procurando reconhecer os próprios sentimentos, ver a ligação entre sentimentos, pensamentos e emoções, saber-se se são os pensamentos ou os sentimentos que governam uma decisão e poder analisar as consequências das alternativas adotadas [...]".
Nesse mesmo texto a autora lista as categorias de inteligência descritas por Gardner, e adiciona essa Alfabetização Emocional, descrita por outro autor, Goleman.
Ainda dúvidas,
João Miguel.
THIAGO:
Querido João,
Sem sombra de dúvidas a compreensão acerca do conceito de Inteligência Intrapessoal é algo que ainda é muito abstrato ao nosso entendimento pelo fato de não está apoiado a nenhuma ação concreta. Se você observar o fragmento do texto que fala sobre essa inteligência, perceberá que diferentemente das demais, ela não virá exemplificada com ações conhecidas. Eu de fato desconheço a terminologia que você utilizou anteriormente, eu ainda não ouvi falar sobre Alfabetização Emocional e por isso não terei aptidão para estabelecer nenhuma dialogia entre ambas, no entanto a fim colaborar para o seu entendimento, eu posso dizer que essa inteligência descrita pelo Gardner, é uma espécie de autoconhecimento, é a capacidade de compreender os seus mais profundos estados emocionais e aprender a lidar com eles. Nós ser es humanos somos emoção, e muitas vezes deixamos que as mesmas ultrapassem o nosso controle, e isso corresponderia ao oposto dessa forma de inteligência proposta pelo Gardner. Para sustentar a idéia da Inteligência Intrapessoal no rol das demais, ele afirma que essa inteligência não é perceptível isoladamente, só é possível diagnosticarmos a partir do emparelhamento com uma ou mais formas propostas pelo o autor. Mas mergulhe no texto, e traga também essa questão da Alfabetização Emocional, afinal esse é um espaço destinado para esses fins...
Sem mais,
Thiago.
JOÃO MIGUEL:
Thiago,
Agradeço pela contribuição...mas esse texto, pelo pouco que li, me deixou um pouco confuso, e confirmou uma dúvida que tinha ao ler aquele texto sugerido em Dança Como Tec. O que se compreende como Inteligência Intrapessoal? Esse conceito se aproximou muito do que Maria Cândida Moraes chamou de Alfabetização Emocional...
Tire(m) minha dúvida,
João Miguel.
THIAGO:
Queridos colegas,
Segue anexo um link para o excelente texto que aborda a teoria das Inteligências Múltiplas, como a mesma tem tido sempre muito frequente no cerne das nossas discussões, eu espero que vocês façam essa leitura... Caso não queiram ficar divagando nas rodas de conversas do nosso Laboratório...(rs).
Sem mais,
Thiago.
http://www.homemdemello.com.br/psicologia/intelmult.html
--------------------------------------------------
sexta-feira, 20 de março de 2009
Dez dicas para dar um bom nome ao seu espetáculo
Queridos companheiros de módulo, inaugurando os assuntos que nos interessam, copiei e colei um texto publicado recentemente na newsletter do www.idanca.net por Gustavo Bittencourt do coletivo Couve-Flor minicomunidade artística. O texto é super provocativo na medida em que problematiza alguns clichês na auto denominada dança contemporânea e de um modo mais profundo, é um importante detonador de como tem se processado a relação entre dança contemporânea e texto/ discurso.
DEZ DICAS PARA DAR UM BOM NOME AO SEU ESPETÁCULO por Gustavo Bittencourt
Diante da oficialização do acordo ortográfico e da escassez de bons nomes de espetáculos na cena contemporânea brasileira, achei que seria uma boa oportunidade para pensar em como são elaborados e grafados os títulos de nossas peças. Com essa preocupação, procurei esboçar algumas orientações simples, mas que, acredito, podem ajudar bastante na hora de escolher. Essas dicas não servem apenas para espetáculos, mas também podem ser adaptadas a performances, intervenções, instalações, além de congressos, encontros, mostras e festivais. Veja:
1. Evite títulos cheios de pontos, parênteses, hífens, colchetes, ou coisas desse tipo. Não pode: (In)body, Ex.pe.ri.men.to, Corp[o]rea[l] etc. Não é genial, não agrada o público, não melhora o trabalho e complica a vida do pobre jornalista que redige a coitada da agenda cultural. Também não é indicado mesclar indiscriminadamente caixa alta e baixa (por exemplo, eXpeRiMenTO iNcorpÓreO), ou ainda utilizar qualquer sinal gráfico que não seja letra, pontuação ou acento.
2. Não use a palavra “corpo”, que está para nome de espetáculo assim como “atualmente” para início de redação de vestibular. Se fizer muita falta, pode substituir por “porco”, o que tornará o seu produto cultural mais atraente a qualquer público que se deseje atingir.
3. Nomes em inglês devem ser igualmente evitados. Se for muito necessário, traduza, ou mescle inglês e outros idiomas. O melhor mesmo é português. Se quiser que a sua peça tenha abrangência internacional, lembre-se de que hoje um nome italiano ou espanhol é visto com muito mais simpatia. Se tiver algum caráter étnico, procure usar iorubá ou bantu.
4. O nome não precisa explicar ou sintetizar o que a pessoa vai assistir. O nome já faz parte da peça e, quase sempre, é bem mais importante. Tudo depende dele. É a primeira coisa que o espectador vê, e em muitos casos, a única da qual se lembra depois.
5. Evite referências aos recentes avanços tecnológicos. A não ser em casos muito específicos, não devem constar na nomenclatura (e de preferência nem no trabalho) termos como “digitais”, “virtuais”, “midiáticos”, “holográficos” - principalmente se estiverem no plural. Aliás, o plural deve sempre ser usado com bastante parcimônia.
6. Não empregue, exceto por ironia, palavras reconhecidamente de uso poético, tais como: “tempestade”, “etéreo”, “olhar”, “doce”, “eflúveo”, “translúcido”, “fogueira”, “crepitar”, “sinuoso”, “sutil” etc.
7. Alguma gracinha pode ser bem-vinda, desde que seja boa.
8. Não são recomendáveis referências a tempo e espaço, qualquer relação entre os dois, qualquer relação entre os dois e qualquer outra coisa. Não pode: Espaços expandidos, Tempos coe(x)istentes, (Não)-lugares ex(p)andidos, E(x)pa(ss)os-Temp(os), e por aí vai. Substantivos como “território”, assim como outros que remetem a essa ideia (por exemplo, “mapa”, “trajetória”, “trajeto”), ainda serão aceitos nos próximos dois ou três anos. Porém, se não quiser ter o trabalho de mudar o nome de seu espetáculo brevemente, evite-os desde agora. Nunca se sabe por quanto tempo será preciso apresentar a mesma peça.
9. Ao usar um título muito longo, procure imaginar como o seu trabalho será chamado no dia-a-dia. Digamos que você, com muito esforço, chega a um nome de que gosta, por exemplo, Corpo frito em berço de rúcula com pirão de baiacu. Considere que, na prática, seu espetáculo será chamado de Corpo - termo que, como já vimos, deve ser evitado.
10. Se não for possível encontrar um nome que agrade até a hora de escrever o release para imprensa, um recurso interessante é escolher aleatoriamente uma frase de algum livro do Bukowski. Outra coisa que pode funcionar é abrir ao acaso livros de arqueologia, engenharia elétrica, mecânica de automóveis etc. Se não souber manusear ou não dispuser de livros, é possível usar “bukowski”, “engenharia”, “automóveis” como termos de pesquisa no Google[1].
No mais, é importante dizer que a escolha do título é tão importante quanto ensaiar, produzir, apresentar. Um bom título não favorece apenas o seu trabalho, mas também ajuda a embelezar os roteiros culturais de nosso país. Portanto, escolha com responsabilidade.
[1] Eu mesmo fiz a experiência, pesquisando esses termos em conjunto. Cheguei a excelentes resultados logo nas primeiras páginas. Alguns exemplos: “Uma tecnologia barata e limpa”, “Charles em falta”, “Bukowski estava errado: lavo louça”, “Coquetel”, “A arte da enganação em termos técnicos”, “O João Gilberto aquele filho da puta”, “Várias coisas que não sei fazer na vida”, “La maquina de follar (106 views)”
DEZ DICAS PARA DAR UM BOM NOME AO SEU ESPETÁCULO por Gustavo Bittencourt
Diante da oficialização do acordo ortográfico e da escassez de bons nomes de espetáculos na cena contemporânea brasileira, achei que seria uma boa oportunidade para pensar em como são elaborados e grafados os títulos de nossas peças. Com essa preocupação, procurei esboçar algumas orientações simples, mas que, acredito, podem ajudar bastante na hora de escolher. Essas dicas não servem apenas para espetáculos, mas também podem ser adaptadas a performances, intervenções, instalações, além de congressos, encontros, mostras e festivais. Veja:
1. Evite títulos cheios de pontos, parênteses, hífens, colchetes, ou coisas desse tipo. Não pode: (In)body, Ex.pe.ri.men.to, Corp[o]rea[l] etc. Não é genial, não agrada o público, não melhora o trabalho e complica a vida do pobre jornalista que redige a coitada da agenda cultural. Também não é indicado mesclar indiscriminadamente caixa alta e baixa (por exemplo, eXpeRiMenTO iNcorpÓreO), ou ainda utilizar qualquer sinal gráfico que não seja letra, pontuação ou acento.
2. Não use a palavra “corpo”, que está para nome de espetáculo assim como “atualmente” para início de redação de vestibular. Se fizer muita falta, pode substituir por “porco”, o que tornará o seu produto cultural mais atraente a qualquer público que se deseje atingir.
3. Nomes em inglês devem ser igualmente evitados. Se for muito necessário, traduza, ou mescle inglês e outros idiomas. O melhor mesmo é português. Se quiser que a sua peça tenha abrangência internacional, lembre-se de que hoje um nome italiano ou espanhol é visto com muito mais simpatia. Se tiver algum caráter étnico, procure usar iorubá ou bantu.
4. O nome não precisa explicar ou sintetizar o que a pessoa vai assistir. O nome já faz parte da peça e, quase sempre, é bem mais importante. Tudo depende dele. É a primeira coisa que o espectador vê, e em muitos casos, a única da qual se lembra depois.
5. Evite referências aos recentes avanços tecnológicos. A não ser em casos muito específicos, não devem constar na nomenclatura (e de preferência nem no trabalho) termos como “digitais”, “virtuais”, “midiáticos”, “holográficos” - principalmente se estiverem no plural. Aliás, o plural deve sempre ser usado com bastante parcimônia.
6. Não empregue, exceto por ironia, palavras reconhecidamente de uso poético, tais como: “tempestade”, “etéreo”, “olhar”, “doce”, “eflúveo”, “translúcido”, “fogueira”, “crepitar”, “sinuoso”, “sutil” etc.
7. Alguma gracinha pode ser bem-vinda, desde que seja boa.
8. Não são recomendáveis referências a tempo e espaço, qualquer relação entre os dois, qualquer relação entre os dois e qualquer outra coisa. Não pode: Espaços expandidos, Tempos coe(x)istentes, (Não)-lugares ex(p)andidos, E(x)pa(ss)os-Temp(os), e por aí vai. Substantivos como “território”, assim como outros que remetem a essa ideia (por exemplo, “mapa”, “trajetória”, “trajeto”), ainda serão aceitos nos próximos dois ou três anos. Porém, se não quiser ter o trabalho de mudar o nome de seu espetáculo brevemente, evite-os desde agora. Nunca se sabe por quanto tempo será preciso apresentar a mesma peça.
9. Ao usar um título muito longo, procure imaginar como o seu trabalho será chamado no dia-a-dia. Digamos que você, com muito esforço, chega a um nome de que gosta, por exemplo, Corpo frito em berço de rúcula com pirão de baiacu. Considere que, na prática, seu espetáculo será chamado de Corpo - termo que, como já vimos, deve ser evitado.
10. Se não for possível encontrar um nome que agrade até a hora de escrever o release para imprensa, um recurso interessante é escolher aleatoriamente uma frase de algum livro do Bukowski. Outra coisa que pode funcionar é abrir ao acaso livros de arqueologia, engenharia elétrica, mecânica de automóveis etc. Se não souber manusear ou não dispuser de livros, é possível usar “bukowski”, “engenharia”, “automóveis” como termos de pesquisa no Google[1].
No mais, é importante dizer que a escolha do título é tão importante quanto ensaiar, produzir, apresentar. Um bom título não favorece apenas o seu trabalho, mas também ajuda a embelezar os roteiros culturais de nosso país. Portanto, escolha com responsabilidade.
[1] Eu mesmo fiz a experiência, pesquisando esses termos em conjunto. Cheguei a excelentes resultados logo nas primeiras páginas. Alguns exemplos: “Uma tecnologia barata e limpa”, “Charles em falta”, “Bukowski estava errado: lavo louça”, “Coquetel”, “A arte da enganação em termos técnicos”, “O João Gilberto aquele filho da puta”, “Várias coisas que não sei fazer na vida”, “La maquina de follar (106 views)”
Assinar:
Postagens (Atom)